IMPEACHMENT: “PAÍS NÃO PODE FICAR NUMA CRISE”, AFIRMA SENADORA ROSE

Líder do governo no Congresso Nacional, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) avaliou nesta quarta-feira (24) que o impeachment “deveria ser o último recurso, mas é constitucional e o país não pode ficar numa crise, à espera de que as coisas aconteçam pela boa e livre vontade de cada um”, afirmou. “Nós chegamos num momento em que não havia mais saída, pelo desgoverno que estava, na falta de diretrizes para tirar o país da crise... (Fomos) nos aprofundando mais na crise política, que fez com que Congresso, Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo não se entendessem acerca da normalidade democrática”, disse.

A sessão final do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, começa nesta quinta-feira (24), no plenário do Senado, e pode se estender até a próxima semana.

Nesta quinta-feira, o Senado reúne-se às 9h, como órgão judiciário para o julgamento da presidente Dilma por crime de responsabilidade. De acordo com a Constituição, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, presidirá a sessão. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ocupará a cadeira ao seu lado. Os senadores atuarão como juízes.

Nesta quinta e na sexta-feira (26) serão ouvidas as testemunhas, duas de acusação e seis de defesa. Se necessário, as testemunhas serão ouvidas também no final de semana.

Reconstrução - Segundo a senadora Rose, após a última etapa do processo de impeachment o país precisa “partir para frente e tentar fazer uma reconstrução nacional”. “É partir para frente, aproveitar o momento que essa definição veio e tentar fazer uma reconstrução nacional. Quer dizer: gerar confiança na sociedade brasileira, saber ter interlocução com o Congresso Nacional – que essa se perdeu no último governo – e, sobretudo, ter diretrizes e planos que nos permitam sair da crise, sem sacrificar ainda mais a população que hoje chega ter um quadro social com quase 12 milhões de brasileiros desempregados”, destacou.

A senadora avaliou ainda que não é possível debelar uma crise econômica apenas com boa vontade, mas com ações e confiança. “É preciso ter a base de sustentação. O que o governo precisa, esse governo que virá, depois do impeachment, é ter a confiança da sociedade, e para isso precisa ter ações concretas, eficazes e transparência” analisou. “Entendo que é possível ao país superar tudo isso, mas temos de trabalhar junto à sociedade brasileira para que ela acredite que somos capazes de ajudá-los a superar essa grande crise política e econômica que o país atravessa”, disse.