ROSE CRITICA INDEFINIÇÃO DO GOVERNO PARA VOTAR ORÇAMENTO 2016

Presidente da Comissão Mista de Orçamento, a senadora Rose de Freitas conduz reunião da CMO.

Presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) criticou nesta terça-feira (24) a indefinição do governo sobre a votação do Orçamento 2016 e cobrou “coesão de pensamento” entre o governo e sua equipe econômica, comandada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

“Falta coesão de pensamento e acho que falta a presidente (Dilma Rousseff) estar presente, junto à articulação política dela, ao governo que ela representa, que ela lidera, para nos passar essa sensação de unidade de pensamento [com a equipe econômica]”, afirmou Rose, após o encerramento da reunião do colégio de líderes do colegiado.

A senadora disse acreditar que o governo parece não querer votar o Orçamento de 2016, o que poderia, em sua avaliação, ampliar a instabilidade econômica. No entanto, afirmou que a CMO vai pautar a matéria. “Diante desse cenário de crise e de perda de confiança, seria um péssimo sinal emitido pelo governo para o mercado e investidores. Seria bom para o país que o governo resolvesse seus conflitos internos, pois nós iremos aprovar o Orçamento ainda este ano”, afirmou.

Durante a reunião preparatória da CMO, indefinições econômicas e desarticulação política do Planalto na condução das negociações envolvendo o pacote fiscal e as matérias orçamentárias foram criticadas pela maioria dos integrantes do colégio de líderes.

O relator de receitas, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), questionou o líder do governo na CMO, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), sobre a intenção do Planalto. “O Governo quer ou não votar o Orçamento ainda este ano?”, cobrou. A reação de Pimenta foi afirmativa, mas contestada pela senadora Rose. “Há controvérsias. Na minha visão, o governo trabalha para empurrar a decisão para depois do carnaval”, afirmou a presidente da CMO.

Acordo - Rose articula uma reunião entre os relatores do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR) e de receitas, senador Acir Gurgacz, com os ministros da Fazenda (Joaquim Levy), Planejamento (Nelson Barbosa) e Casa Civil (Jacques Wagner) em busca de acordo que viabilize a votação do Orçamento 2016.

“Temos a necessidade de reestimar as receitas em função de atualização enviada ontem (segunda-feira, 23) pelo Ministério do Planejamento revertendo projeção de alta de 0,2% do PIB no ano que vem”, justificou Acir. O deputado Ricardo Barros afirmou que “se não houver receitas, vamos cortar”, disse.